O misterio de Cristo!

19/08/2011 11:04

 "Assim como uma lente concentra os raios do sol num pequenino foco de calor que pode atear fogo a uma folha seca ou a um pedaço de papel, assim o Mistério de Cristo no Evangelho concentra os raios da luz de Deus e seu fogo num ponto que inflama o espírito do homem. E foi por essa razão que Cristo nasceu e viveu neste mundo, morreu, ressuscitou dos mortos e subiu ao céu onde se encontra à direita do Pai. Através da lente de Sua Encarnação, concentra Ele sobre nós os raios de Sua Verdade divina e de Seu Amor, e assim sentimos-lhe a queimadura, e toda experiência mística é comunicada aos homens através da Humanidade de Cristo.




Pois em Cristo, Deus se fez homem. NEle, Deus e o homem não estão mais separados, distantes um do outro, mas são inseparavelmente um, sem se confundirem e no entanto permanecem indivisíveis. Daí o fato de, em Cristo, tudo o que é divino e sobrenatural tornar-se acessível no plano humano a todo homem nascido de mulher, a todo filho de Adão. O que é divino tornou-se co-natural a nós no amor de Cristo, de maneira que se O recebermos e a Ele nos unirmos em amizade, Ele, que é ao mesmo tempo Deus e nosso irmão, nos concede a vida divina, que agora pode ser nossa, em nosso plano humano. Tornamo-nos filhos de Deus por adoção na medida em que nos assemelhamos ao Cristo e somos irmãos Seus.

 

Deus está em toda parte. Sua verdade e Seu amor tudo penetram com a luz e o calor do sol penetram e invadem a atmosfera em que vivemos. Mas do mesmo modo que os raios de sol não inflamam, por si sós, as coisas, assim Deus não comunica a nossas almas o fogo do conhecimento sobrenatural e da experiência mística, senão por meio de Cristo.

Mas a lente da humanidade de Cristo procura espíritos bem preparados pela luz e pelo calor de Deus, prontos a se inflamarem ao contato do pequeno foco ardente que é a graça do Espírito Santo. (...)

A fé em Cristo e nos mistérios de sua vida e morte é a base de toda vida cristã e a fonte de toda contemplação; e sobre isso não pode haver dúvida e nem discussão. Ninguém pode dispensar a Humanidade de Cristo de sua vida interior, sob pretexto de que está elevado a um mais alto grau de contemplação, em comunicação direta com o Verbo. Pois Cristo, Homem, é o Verbo de Deus, ainda que Sua natureza humana não seja a Sua natureza divina. As duas naturezas se unem em Uma Pessoa e são Uma Pessoa, de modo que Cristo, Homem, é Deus. (...).

Em Cristo, o "quê" é muito menos importante do que o "Quem". O "quê" pode ser ou não imaginável, mas atingimos o "Quem" - a misteriosa e inefável Pessoa Divina -