Jesus nos revela que Deus é Pai

13/09/2012 12:59

 

 

Assim nos fala Jesus: "Ora, a vida eterna consiste em que te conheçam a ti, um só Deus verdadeiro" (Jo 17,3).

"Ninguém jamais viu a Deus, o Filho unigênito que está no seio do Pai, foi quem o revelou" (Jo 1,18). Só Jesus pode nos fazer conhecer a Deus Pai.

"Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11,27). Revelar o Pai para a humanidade é o grande dom de Jesus. É Jesus que nos mostra a paternidade divina.

"Eu falo o que vi junto de meu Pai" (Jo 8,38).

Jesus revela a bondade do Pai celeste que faz nascer o sol sobre maus e bons: "Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos" (Mt 5,45); que alimenta as aves do céu e veste os lírios do campo, o que fará pelo homem? (cf. Mt 6,26-30); que sempre está pronto para perdoar seus filhos (cf. Lc 15,11-24); que vai atrás da ovelha perdida (cf. Lc 15,3-7). Jesus afirma mesmo que o Pai nos ama: "Pois o mesmo Pai vos ama, porque vós me amastes e crestes que saí de Deus" (cf. Jo 16,27).

Obras de amor de Deus Pai:

Jesus nos revela que Deus é um Pai de amor. Meditemos sobre as obras de amor que Deus realizou por cada um de nós (provas do amor de Deus):

Encarnação
Deus nos prova concretamente o seu amor através da Encarnação do seu filho, que humilhou a si mesmo assumindo a condição humana:

"Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados" (1Jo 4,9-10).
"Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16).

Através da Morte do Seu Filho:
O ápice da manifestação do amor de Deus-Pai por nós é a morte do Seu Filho amado, para nos conceder Salvação e Vida Nova:

"Mas, eis aqui uma prova brilhante do amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira". (Rm 5,8-9).

"Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo, para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova"(Rm 6,3-4).

Fazendo-nos participantes da sua natureza divina:
Fomos elevado à participação na vida divina, e esta é a prova da Vida Nova que o Pai nos concedeu pela morte do Seu Filho:

"O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude. Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas a fim de tornar-vos por este meio participantes divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo" (II Pd 1,3-4).

Providenciando tudo para nós:
Tome Mt 6,25-26. 32-34. No Sermão da Montanha, Jesus anunciou a a providência de Deus-Pai na vida do homem, que abraça todas as suas necessidades.

Concedendo a filiação divina:
Tome Gal 4,4-7, Ef 1,5, Rm 8,14-17 e I Jo 3,1: Em Cristo, fomos adotados como filhos e herdeiros de Deus, e recebemos o Espírito Santo, que é o único capaz de nos convencer desta filiação, a ponto de clamarmos a Deus como Pai, e de fato nos apossarmos dos bens espirituais, que Ele derrama sobre nós abundantemente, sendo que o maior bem é a Vida Eterna.

Perdoando os nossos pecados:
Tome Lc 15,18-24
Nesta parábola observamos que o amor de Deus é concreto através das suas atitudes com relação ao filho: como o espera, o acolhe, o restaura, parecendo esquecer todo o passado... O Senhor sabe que somos frágeis e por isso nos ama e de nós tem misericórdia.

Fé no amor misericordioso de Deus
Santa Teresa d'Ávila, definiu a oração, isto é, a vida espiritual como "um comércio de amizade entre a alma e Deus, por quem se sente amada". Sentir-se amado, estar convicto do amor de Deus por nós, é a condição primeira, para termos esse relacionamento íntimo com Deus. Precisamos deixar que Deus nos faça experimentar o seu amor por nós. Precisamos deixar Deus nos amar. É a experiência com o amor de Deus que enfraquece as resistências do nosso coração soberbo, prepotente, independente de Deus.

Deus é Pai, Deus é nosso Pai! O mais amoroso, o mais terno dos pais! É desta raiz que germina toda a nossa vida espiritual. É isto que nós precisamos respirar, deixar crescer e desabrochar: Deus é meu Pai de amor. Para que seja gerado em nós o amor filial, humildade, confiança, abandono, alegria. Só uma pessoa que se sente, que se crê infinitamente amada corresponde a esse apelo de amor por um impulso, um desejo bem simples de amar. As virtudes são germinação espontânea e natural da fé no amor de Deus. Precisamos compreender, experimentar que somos filhos de Deus e, por conseguinte, infinitamente amados, com amor paternal por Deus, nosso Pai.

É a fé no amor de Deus por nós que explica tudo, que ilumina tudo, que esclarece tudo para nós. Mesmo quando Deus nos faz passar por caminhos sombrios, momentos difíceis, é a fé firme no amor de Deus Pai que nos guiará e sustentará. É esta fé que nos fará dizer como Santa Teresinha: "É tão doce servir a Deus na noite da provação! Temos só esta vida para vivermos de fé" e ainda: "Sei que, além das nuvens, meu Sol está sempre a brilhar". Como sabe isto? Pela fé no amor misericordioso de Deus.

Formação da Escola de Formação Shalom