III. CRISTO JESUS "MEDIADOR E PLENITUDE DE TODA A REVELAÇÃO" DEUS TUDO DISSE NO SEU VERBO
14/12/2011 09:36
DEUS TUDO DISSE NO SEU VERBO
65 "Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos pais pelos profetas; agora, nestes
dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho" (Hb 1,1-2). Cristo, o Filho de Deus feito homem, é a
Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não há outra palavra senão esta. São
João da Cruz, depois de tantos outros, exprime isto de maneira luminosa, comentando Hb 1,1-2:
Porque em dar-nos, como nos deu, seu Filho, que é sua Palavra única (e outra não há), tudo nos falou
de uma só vez nessa única Palavra, e nada mais tem a falar, (...) pois o que antes falava por partes aos
profetas agora nos revelou inteiramente, dando-nos o Tudo que é seu Filho. Se atualmente, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, pedindo-lhe alguma visão ou revelação, não só cairia numa insensatez, mas
ofenderia muito a Deus por não dirigir os olhares unicamente para Cristo sem querer outra coisa ou
novidade alguma.
NÃO HAVERÁ OUTRA REVELAÇÃO
66 "A Economia cristã, portanto, como aliança nova e definitiva, jamais passará, e já não há que
esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo".
Todavia, embora a Revelação esteja terminada, não está explicitada por completo; caberá à fé cristã
captar gradualmente todo o seu alcance ao longo dos séculos.
67 No decurso dos séculos houve revelações denominadas "privadas", e algumas delas têm sido
reconhecidas pela autoridade da Igreja. Elas não pertencem, contudo, ao depósito da fé. A função delas
não é "melhorar" ou "completar" a Revelação [fca49] definitiva de Cristo, mas ajudar a viver dela com mais
plenitude em determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o senso dos fiéis sabe
discernir e acolher o que nessas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou de seus santos à Igreja.
A fé cristã não pode aceitar "revelações" que pretendam ultrapassar ou corrigir a Revelação da qual
Cristo é a perfeição. Este é o caso de certas religiões não-cristãs e também de certas seitas recentes que se
fundamentam em tais "revelações”.
RESUMINDO
68 Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem. Traz assim uma resposta definitiva e
superabundante às questões que o homem se faz acerca do sentido e do objetivo de sua vida.
69 Deus revelou-se ao homem, comunicando-lhe gradualmente seu próprio Mistério por meio de
ações e de palavras.
70 Para além do testemunho que Deus dá de si mesmo nas coisas criadas, ele manifestou-se
pessoalmente aos nossos primeiros pais. Falou-lhes e, depois da queda, prometeu-lhes a salvação e
ofereceu-lhes sua aliança.
71 Deus fez com Noé uma aliança eterna entre Ele e todos os seres vivos[fca51] . Esta há de durar
enquanto durar o mundo.
72 Deus escolheu Abraão e fez uma aliança com ele e sua descendência. Daí formou seu povo, ao
qual revelou sua lei por intermédio de Moisés. Pelos profetas preparou este povo a acolher a salvação
destinada à humanidade inteira.
73 Deus revelou-se plenamente enviando seu próprio Filho, no qual estabeleceu sua Aliança para
sempre. O Filho é a Palavra definitiva do Pai, de sorte que depois dele não haverá outra Revelação.