II. A IGREJA É SANTA
823 "A Igreja... é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa. pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai
e o Espírito Santo é proclamado o 'único Santo', amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o
fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de
Deus." A Igreja é, portanto, "o Povo santo de Deus", e seus membros são chamados "santos. (Parágrafos
relacionados 459,796,946)
824 A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele; por Ele e nele torna-se também santificante.
Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, "à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus". É na Igreja que está depositada "a plenitude dos meios de salvação". É nela que "adquirimos a
santidade pela graça de Deus". (Parágrafo relacionado 816)
825 "Já na terra a Igreja está ornada de verdadeira santidade, embora imperfeita[a38] ." Em seus
membros, a santidade perfeita ainda é coisa a adquirir: "Munidos de tantos e tão salutares meios, todos os
cristãos, de qualquer condição ou estado, são chamados pelo Senhor, cada um por seu caminho, à perfeição
da santidade pela qual é perfeito o próprio Pai ". (Parágrafos relacionados 670,2013)
826 A caridade é a alma da santidade à qual todos são chamados. Ela "dirige todos os meios de
santificação, dá-lhes forma e os conduz ao fim[a40] ". (Parágrafos relacionados 1827,2658)
"Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o
membro mais nobre e mais necessário (o coração). Compreendi que a Igreja tinha um Coração, e que este
Coração ARDIA de AMOR. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que, se o Amor
viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar
seu sangue... Compreendi que O AMOR ENCERRAVA TODAS AS VOCAÇÕES, QUE O AMOR ERA TUDO
QUE ELE ABRAÇAVA TODOS OS TEMPOS E TODOS LUGARES... EM UMA PALAVRA, QUE ELE É
ETERNO[a41] !” (Parágrafo relacionado 864)
827 "Mas enquanto Cristo, 'santo, inocente, imaculado', não conheceu o pecado, mas veio apenas
para expiar os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores ao mesmo tempo
santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação." Todos os
membros da Igreja, inclusive seus ministros, devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o joio do pecado
continua ainda mesclado ao trigo do Evangelho até o fim dos tempos[a44] . A Igreja reúne, por-tanto,
pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação. (Parágrafos relacionados
1425-1429,821)
A Igreja é santa, mesmo tendo pecadores em seu seio, pois não possui outra vida senão a da graça:
é vivendo de sua vida que seus membros se santificam; é subtraindo-se à vida dela que caem pecados e nas
desordens que impedem a irradiação da santidade dela. É por isso que ela sofre e faz penitência por essas
faltas das quais tem o poder de curar seus filhos, pelo sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo [a45]
828 Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solene que esses fiéis praticaram heroicamente as
virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que
está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores[a46] . "Os santos e
as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da Igreja."
Com efeito, "a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua atividade apostólica e de seu elã
missionário". (Parágrafos relacionados 1173,2045)
829 "Enquanto na beatíssima Virgem a Igreja já atingiu a perfeição, pela qual existe sem mácula e
sem ruga, os cristãos ainda se esforçam por crescer em santidade, vencendo o pecado. Por isso elevam seus
olhos a Maria" ela, a Igreja é já a toda santa. (Parágrafos relacionados 1172,972)